segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Revolta do retratista

I
Máquina de fotografia
Eu te odeio de fato
Seu clique sofisticado
Toda cheia de aparato
Desse modernismo seu
A lambe-lambe morreu
Máquina de tirar retrato

II
Máquina de tirar retrato
Seu monstro destruidor
Você pra ter mais poder
Uniu-se ao computador
Mas sou saudosista franco
Que a foto preto e branco
Tinha muito mais fulgor

III
Não possui nenhum amor
Essa tecnologia
Que tirou do retratista
O seu pão de cada dia
Da foto tira o defeito
Deixa a retrato perfeito
Mas não bota poesia

IV
Acabou com a alegria
Lá do velho calçadão
Com esse seu photoshop
Da mais pura enganação
Que só maquia o meu rosto
Mas não revela o desgosto
Que fez no meu coração

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