segunda-feira, 6 de outubro de 2014

EU NÃO SEI, EU SÓ SEI QUE FOI ASSIM

I
ONTEM EU VI UMA COBRA DE CIPÓ
ENGULINDO UM PERU NO MEU TERREIRO
UMA VARA EU PEGUEI MUITO LIGEIRO
MAS OLHANDO PRA COBRA EU TIVE DÓ
NO SEU FORMOU-SE UM GRANDE NÓ
QUANDO A AVE ENGOLIU ATÉ O FIM
DEBOCHADA ELA DISSE PARA MIM
OBRIGRADO, AMANHÃ VOLTO DE NOVO
HOJE CONTO ESSA ESTÓRIA PARA O POVO
EU NÃO SEI, EU SÓ SEI QUE FOI ASSIM

II
NO JARDIM LÁ DA MINHA RESIDÊNCIA
UMA MUDA DE CANA EU COLOQUEI
TODO DIA ESSA MUDA EU IRRIGUEI
PARA ELA CRESCER COM RESISTÊNCIA
UMA NOITE NÃO SEI DA PROCEDÊNCIA
UM GUARÁ INVADIU O MEU JARDIM
O MEU GATO MATOU O GUAXINIM
QUE QUERIA CHUPAR A MINHA CANA
HOJE CONTO ESSA ESTÓRIA PRA SANTANA
EU NÃO SEI, EU SÓ SEI QUE FOI ASSIM
III
NUMA CHÁCARA QUE EU TINHA NO SERTÃO
DE CUPIM UMA PRAGA APARECEU
O QUE TINHA NA FRENTE ELE COMEU
DE ESTACA, DE VARA E DE MOURÃO
ESSA PRAGA CRESCEU NA PROPORÇÃO
QUE NA CERCA DE ARAME DEU CUPIM
SÓ USANDO O VENENO NITROSIM
CONSEGUI DEBELAR O CUPINZEIRO
QUE COMEU PELO PÉ O MEU DINHEIRO
EU NÃO SEI, EU SÓ SEI QUE FOI ASSIM

IV
EU FUI POR DOIS TIGRES ATACADO
E DE BALAS EU TINHA UMA SOMENTE
COLOQUEI O MACHADO EM MINHA FRENTE
E ATIREI BEM NO GUME DO MACHADO
UMA BANDA SAIU PRA CADA  LADO
DERRUBANDO OS TIGRES NO CAPIM
EU REZEI PRO MEU ANJO QUERUBIM
POR TER ME ARRANCADO DO SUFOCO
QUE HOJE CONTO NA SALA DE REBOCO
EU NÃO SEI, EU SÓ SEI QUE FOI ASSIM



sexta-feira, 8 de agosto de 2014

PROTESTO DAS LETRA

I
EM QUIXADÁ O IPHAN
NÃO ESTÁ SEGUINDO A NORMA
NÃO QUER FAZER A REFORMA
QUE TODA CIDADE É FÃ
PARA TER UM AMANHÃ
DE GRAÇA E DE ALEGRIA
 A REFORMA É GARANTIA
DE UMA BOA EDUCAÇÃO
NÃO VIVE A NOSSA ESTAÇÃO
SEM A LUZ DA ACADEMIA

II
DÊ A NOSSA ACADEMIA
MAIOR VALORIZAÇÃO
NOSSA CIDADE SEM LIVROS
PERDE A SUA TRADIÇÃO
DO CENTRO A GALINHA CHOCA
NA ALMA DO POVO TOCA
QUANDO ESCUTA ESSE REFRÃO

III
NÃO DEIXE EM NOSSA ESTAÇÃO
NOSSA ARTE AO DEUS DARÁ
ATENDA AO PEDIDO EM VERSOS
DO POETA JATOBÁ
EM NOME DA POESIA
SALVE A NOSSA ACADEMIA
DE LETRAS DE QUIXADÁ

                                                                                                                                                               

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Homenagem a Dominguinhos

I

Partiu nosso Dominguinhos
Pro reino da eternidade
Deixando em nosso forró
Um turbilhão de saudade
O Brasil todo chorou
E a sanfona ficou
Sem a sua majestade

II
No céu da eternidade
Houve uma recepção
Com Lidú e Marinez
E com Elino Julião
Sivuca seu companheiro
Com o Jackson do Pandeiro
E Luiz Rei do Baião

III
Nessa manifestação
Uma inversão se encerra
Com forró e com baião
Raízes do pé da serra
A sanfona o seu troféu
Muitos sorrisos no céu
E muitas lágrimas na terra
  
IV
Garanhuns a sua terra
Lhe prestou grande tributo
Pernambuco o seu estado
Com tristeza está de luto
Porque um rei não se clona
E para a sua sanfona
Não tem um substituto

V
Não tem um substituto
Para o nosso Dominguinhos
Nunca mais vamos ouvir
Seus acordes com carinhos
Nos seus dedos de magia
Com a mesma sinfonia
De um coral de passarinhos

VI
Eu sou fã de Dominguinhos
Desde o tempo de menino
Pois a sua melodia
Pro nordestino é um hino
Sua alma está feliz
Cantando com a de Luiz
No Paraíso Divino


terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Papa Brasileiro


I
Se um papa brasileiro
For eleito dessa vez
Nós veremos em um mês
Um impeachment pioneiro
Por desvio de dinheiro
E por fisiologismo
Aliado ao nepotismo
Com tráfego de influência
Tudo na obediência
Ao neoliberalismo

II
A razão do Vaticano
Vai se mudar pra história
Por medida provisória
Vai se chamar Brasilcano
E terá o soberano
Oito anos de mandato
E outro importante ato
Na mesma medida vem
De permutar por harém
A ordem do celibato


III
Com essa transformação
Vai ganhar o santo Papa
Um vice na sua chapa
Direito a reeleição
Uma maluficação
Nas encíclicas papais
E pra unir os cardeais
Em torno do frenesi
Vem o FMI
Com os santos capitais

IV
Outro importante projeto
O padre vai se casar
Um bom salário ganhar
E em dólares será o teto
Um carro novo completo
Para o seu deslocamento
Comissão de dez por cento
Será implantada em breve
Mais o direito de greve
Pro padre pedir aumento


V
Um clero com mordomia
E o jeitinho brasileiro
Férias com décimo terceiro
Mais aposentadoria
Porém na eucaristia
Não pode haver ruptura
É passível de censura
Trocar vinho por cerveja
Obrigando a Santa Igreja
Implantar a ditadura


quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Homenagem a Bento

I
A ficha inda não caiu
Parece que estou tonto
Para fazer um poema
Ou para criar um conto
Pois tudo o quanto fazia
Até mesmo a poesia
Bento era a vírgula e ponto

II
Era um amigo pronto
Para toda ocasião
Tinha um milhão de amigos
E era assim pra cada irmão
Sempre correto comigo
Porque Bento como amigo
Valia por um milhão

III
Dizem que os dedos da mão
Representam quantidade
E que cada dedo exprime
Um amigo de verdade
Se você tiver os dez
De amigos bons e fiéis
Pode rezar a vontade

IV
Porque hoje na verdade
Esta afirmação aceito
Perdi com a morte de Bento
O meu polegar direito
Na mudança dos perfis
Ganhei uma cicatriz
De saudades do meu peito

V
Era um amigo do peito
De fé e de sentimento
Um amigo toda hora
Amigo a todo momento
Quem a ele procurava
Solícito sempre encontrava
Com o sorriso de Bento

VI
Esse sorriso de Bento
Jamais se apagará
Em Maria e nos seus filhos
Ele continuará
Dona Helena e cada irmão
E em Clarissa sua paixão
Ele sempre viverá

*Poesia declamada na missa de sétimo dia de Bento

domingo, 23 de outubro de 2011

Oposição por oposição

I
Papel da oposição
Eu sei que é de contestar
Mas também criar projetos
Que se possa executar
Aqui nós não vemos isso
Cansamos do rebuliço
Tá na hora de mudar

II
Deixe o Mago trabalhar
Que o estado se propaga
Cícero e Cássio já passaram
Maranhão, Wilson Braga
Que essa mensagem se exiba
Ricardo pra Paraíba
Para João Pessoa, Agra

III
Deixe Luciano Agra
Concluir sua missão
Se ele está trabalhando
Vamos pra reeleição
Se ele enganar o povo
Vamos em busca do novo
No time da oposição

IV
E a mesma situação
Para Ricardo Coutinho
Que ele assumiu agora
Quantas pedras no caminho
Só ódio do outro lado
Que ele só tem pisado
Sobre ponta de espinho

V
Esperemos um pouquinho
A chance a ele se dê
E depois de quatro anos
Tanto eu quanto você
Se o Mago fracassar
Em outro vamos votar
Aí sim, temos porque

VI
Oposição na PB
Tá fazendo um papel feio
Do pão que o diabo amassou
Ela serve de recheio
Numa atitude suicida
Porque está mais perdida
Do que cego em tiroteio

... Depois da última pesquisa

A pesquisa eleitoral
É festa da oposição
Ela hoje está contente
Do litoral ao sertão
Só não faz o que precisa

Porque ganha na pesquisa
Mas perde na eleição



sábado, 13 de agosto de 2011

Receita de Amor

Uma luta com muita disciplina
Que Tássia trilhou todo momento
Com trabalho, denodo e com talento
Ao encontro do sonho de menina

Estudar, pesquisar sua rotina
No limite do tempo, cem por cento
Carregando no peito o sentimento
De uma entrega total à medicina

A família festeja do seu lado
O diploma de médica conquistado
No verdor de tão bela juventude

A primeira batalha foi vencida
Das que Deus escolheu pra sua vida
De lutar com amor pela saúde

*Soneto feito à sua sobrinha Tássia ao terminar o curso de Medicina